RS registra 130 prisões por crimes relacionados às cheias

Em 20/05/2024
por Gabriel Marchetto

Secretaria de Segurança Pública identificou crimes em abrigos, bem como saques, roubos e furtos em áreas alagadas

As cheias que afetaram 2,3 milhões de gaúchos despertaram a solidariedade de muitos brasileiros, mas também deixaram à mostra o cenário de insegurança comum em boa parte do país. Desde o início da tragédia, que deixou 155 mortos, os órgãos de segurança pública do Rio Grande do Sul prenderam 130 pessoas por crimes em meio ao contexto das enchentes. Do total de presos, 48 foram por crimes patrimoniais, como roubos e furtos de pessoas afetadas pelos temporais. Outras 49 pessoas foram detidas em abrigos. Não há o detalhamento das demais prisões.

‘Pior momento’

Os saques representaram “o pior momento na área da segurança pública”, afirma o comandante-geral da Brigada Militar (BM), coronel Claudio dos Santos Feoli. Os crimes ocorreram no momento em que muitas cidades estavam alagadas e isoladas, impedindo o rápido acesso da polícia.

A BM conta com um efetivo de 17,8 mil policiais. Para reforçar a segurança, a corporação suspendeu as férias e reduziu os intervalos de escala dos agentes. Com um apoio de 700 soldados de outros estados, a polícia gaúcha consegue colocar em trabalho de 6,5 mil a 7 mil PMs por dia no estado. Além disso, a corporação está com 70 barcos nas ruas alagadas das cidades gaúchas.

Crimes em abrigos

No dia 10 de maio, o governo do estado anunciou o reforço da segurança em abrigos, que hoje atendem 77 mil pessoas. Naquela ocasião, havia o registro de crimes – inclusive sexuais – dentro dos locais que recebiam quem estava longe de casa. Para a BM, esse foi o segundo momento de maior atenção no trabalho durante a tragédia.

A diretora da Delegacia de Polícia Metropolitana, delegada Adriana Regina da Costa, explica que as equipes da Polícia Civil fazem rondas nos abrigos. Até agora, 49 pessoas foram presas por ocorrências nesses locais. Segundo ela, o trabalho é discreto para não atrapalhar a ação dos agentes. Por esse motivo, as autoridades também não detalham quais ocorrências foram identificadas nos abrigos.