Passados três anos do crime brutal, corpo do menino Miguel ainda não foi encontrado
Em julgamento realizado nesta terça-feira, 19, a Justiça reduziu as penas da mãe e da madrasta condenadas por torturar, matar e ocultar o corpo do menino Miguel dos Santos Rodrigues, de sete anos. O crime aconteceu em julho de 2021, em Imbé, no Litoral Norte.
Em votação unânime, os integrantes do 1ª Câmara Criminal do TJRS analisaram os recursos do Ministério Público e das defesas das acusadas e consideraram as confissões das mulheres em dois dos três crimes julgados. A mãe, Yasmin Vaz dos Santos Rodrigues, havia sido condenada a 57 anos, um mês e 10 dias. Com a redução, ela deverá cumprir 50 anos, nove meses e 20 dias. Já a madrasta, Bruna Nathiele Porto da Rosa, teve a pena reduzida de 51 anos, um mês e 20 dias para 45 anos e quatro meses. As duas permanecem presas.
O crime
O crime ocorreu no final de julho de 2021, após o menino ser torturado. O corpo de Miguel foi colocado em uma mala e jogado no Rio Tramandaí. No julgamento, em abril de 2024, o depoimento da mãe do menino repercutiu nacionalmente. Ela admitiu ter agredido o filho e dado a dose de remédio que deixou o menino desacordado no dia da morte.
De acordo com a polícia, o menino vivia sob intensa tortura física e psicológica. O Ministério Público chegou à conclusão, a partir das investigações, que a criança foi morta porque as mulheres a consideravam um “empecilho” para a vida do casal.
Durante o júri, questionada pela própria defesa se merecia ser condenada, a ré respondeu: “Eu sou um monstro. Na verdade, eu sou muito monstro. Porque, se eu estou aqui hoje, é porque eu errei pra caramba. Se eu tô aqui, tá todo mundo aqui, é porque eu fui péssima como mãe, como ser humano. Mas eu jamais imaginei que ela pudesse fazer isso”, disse, em referência a sua companheira. Já Bruna admitiu participação na tortura psicológica e na ocultação do cadáver de Miguel.
Até hoje, o corpo de Miguel não foi encontrado.