Gauchão Feminino: Brasil de Farroupilha abandona jogo após lesão de goleira e emite nota de repúdio contra árbitra

Em 21/11/2024
por Gustavo Colferai

Equipe farroupilhense questiona arbitragem por não ter paralisado jogo quando goleira estava caída em campo; jogada resultou em gol do Juventude

O Brasil de Farroupilha emitiu uma nota de repúdio em relação aos fatos ocorridos na partida desta quarta-feira, 20, na decisão do título do interior no Campeonato Gaúcho Feminino. As gurias rubro-verdes perderam por 2 a 0, mas deixaram o campo antes da partida encerrar.

Aos 35 minutos do segundo tempo, a goleira Gabi se lesionou e caiu no gramado, mas a arbitragem não parou o jogo. Com a goleira caída em campo, o ataque do Juventude seguiu e marcou o segundo gol da partida. Gabi foi retirada de campo e encaminhada para atendimento médico.

Em protesto pelo jogo não ter sido paralisado e o gol não ter sido anulado, o Brasil retirou a equipe de campo antes do fim do tempo regulamentar. A arbitragem aguardou alguns minutos e encerrou o duelo.

Na nota (confira no fim da matéria), a direção do rubro-verde também apontou falta de fair play (jogo limpo) do Juventude, por ter marcado o gol enquanto a goleira estava caída. A equipe farroupilhense divulgou as imagens dos fatos:

Momento em que goleira se lesiona e Juventude marca o segundo gol:

Créditos: FGF/Divulgação Brasil de Farroupilha

Goleira Gabi é retirada de campo

Créditos: FGF/Divulgação Brasil de Farroupilha

Nota da SERC Brasil:

NOTA DE REPÚDIO

A SERC Brasil vem a público manifestar seu total repúdio à condução da arbitragem pela Sra. Bruna de Miranda Martins na partida contra o E.C. Juventude, pelo Campeonato Gaúcho Feminino, nesta quarta-feira, 20 de novembro.

Após um lance grave envolvendo a lesão da goleira Gabi, o atendimento solicitado foi negado pela árbitra, que deixou a partida seguir mesmo diante das insistentes reivindicações das atletas, da comissão técnica e do departamento médico.

O erro se agravou quando, observando o ataque do adversário, a árbitra permitiu a continuidade da partida, culminando em um gol marcado enquanto a goleira permanecia imóvel no chão, necessitando de atendimento emergencial. Gabi precisou ser retirada de campo e encaminhada diretamente ao socorro médico.

Fatos como esse são inadmissíveis. Uma arbitragem sem comunicação eficiente, conhecimento e preparo. Em protesto, decidimos retirar nossa equipe de campo, recusando-nos a aceitar uma regra negligente e injusta. Fizemos isso com a consciência de quem atua no futebol feminino há oito anos ininterruptos, participando de todos os Campeonatos Gaúchos organizados pela FGF e sendo referência no interior do estado.

Trabalhamos pela valorização da modalidade, da mulher e da igualdade – por convicção, e não por obrigação. Nossa cidade e comunidade respiram o futebol feminino, e assumimos a responsabilidade de defender sua integridade.

Reconhecemos o trabalho e a campanha do E.C. Juventude, que já vencia por 1×0 no momento do ocorrido. Contudo, repudiamos a falta de fair play da atleta número 18, que concluiu a jogada mesmo diante da clara situação de lesão. Ainda assim, a responsabilidade é da arbitragem, que deveria ter invalidado o lance.

Clamamos por respeito à modalidade que tanto amamos e fomentamos. Que cessem os “disfarces” de valorização e que o compromisso seja genuíno.

Esperamos que nossa postura inspire o futebol feminino a não mais se calar diante de malefícios e injustiças, tanto dentro das quatro linhas quanto na sociedade em geral.

Elenir Luiz Bonetto
Presidente